domingo, fevereiro 26, 2006

Caminhos de água


_Limite entre a X e XI regiôes. A 307 Km de Coyaique.

Radio Tamarugo, em versäo austral, volta a transmitir. Está frio no estúdio. Lá fora a humidade anda pelos 100%. Parte vem acumulada no locutor (ainda do dia de ontem).
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Em retrospectiva:
Na manhä em que escrevi o post anterior saí de Chaiten. Estava nublado e fazia frio. Os primeiros 20 Km säo asfaltados. Tive vento pelas costas (uma estreia) e pude "voar".
Esperava chegar nesse dia a Puerto Cardenas, junto ao Lago Yelcho.
Ainda no alcaträo, sinto um carro diminuir a velocidade quando se aproxima, no mesmo sentido em que eu seguia. Quando estäo mesmo ao lado, vejo que era uma família que tinha conhecido no barco, há dois dias. Detrás dos vidros é só sorrisos. Desejam-me boa viagem e retribuo "que les vaya lindo". Talvez ainda nos venhamos a encontrar.


_Saída de Chaiten.

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O pavimento dá lugar ao "rípio" que, no início, é muito solto.


_Aviâo-casa, no final do pavimento.

Há algum trânsito.
Cruzo-me com três furgôes transformados para viajar que conheço há muito tempo, através da internet. Sâo ingleses, Mercedes. Durante muito tempo segui o seu relato de uma viagem pela rota da seda. Nunca pensei vir a encontrá-los "pessoalmente".
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Passo junto ao cruzamento das "Termas del Amarillo". Esta é outra entrada para o Parque Pumalín. O meu objectivo está traçado a sul e continuo em direcçâo a Puerto Cardenas, junto ao lago Yelcho. Pensava terminar aí o dia.



Quando chego ainda é cedo. Näo há practicamente nada a nâo ser algumas cabanas para alugar e um mini-mercado. Existem outras casas particulares, com barcos "à porta". Este é sobretudo um lugar para pescadores que tiram proveito do lago.



_Lago Yelcho.

Sento-me a descansar e a comer chocolate. Consulto o guia para averiguar até onde posso chegar e decido-me pelo camping de "Ventisquero Yelcho", a 15 Km.
Cruzo a ponte suspensa e, acompanhado de chuva, sigo pela estrada que durante bastante tempo nâo abandona as margens do lago.


_Ponte sobre o Lago Yelcho.

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No camping de "Ventisquero Yelcho" sou logo recebido pelo Hector. Ele é o dono deste espaço. Passa aqui todo o ano. O que equivale a passar 10 meses em quase total solidâo, já que só há turistas em Janeiro e Fevereiro. Nos restantes meses, vêm deixar-lhe mantimentos com regularidade e correio (diz que, ao falhar um destes abastecimentos, já ficou uma semana sem comer). Como companhia tem apenas "Esperanza" ("la última que se muere"), a cadela. Daí ser um personagem bastante particular.
Ofereceu-me uma segunda cama na sua casa quando lhe disse que nâo tinha tenda. Fez questâo em deixar claro: "a mi me gustan las mujeres". Quando um chileno se riu desta conversa, ele reforçou: "... no, es que algunos europeus son gays y yo prefiero dejarlo claro."
Já era tarde para fazer o sendero que leva ao glaciar (ventisquero) e deixei para o dia seguinte.
Todos os campistas se foram juntando no café. Um senhor que estava com toda a família disse que tinha um grande pedaço de carne, que se ia estragar e que podíamos cozinhá-lo para todos... "y se armó la fiesta"!
Formou-se uma equipa para descascar batatas da qual fiz parte.


_O "ofertor" da carne, das batatas e da "bencina" para o gerador.

O Hector cozinhava a carne (já que nâo deixava passar ninguém para lá do balcâo) e as batatas eram cozidas do "lado de cá". A carne grelhada vinha chegando, era cortada em pequenos troços e assim íamos "picando".


_Hector cozinhando e... provando.

Havia um casal que engraçou comigo e estava sempre cuidando que näo me faltasse o café no copo (vermelho e também deles, por sinal). Eram de Osorno, estudantes.
As batatas ficaram prontas quando já näo havia carne. Comêmo-las temperadas com "aji" seco, nâo muito picante. Estavam "muy ricas". O senhor que ofereceu a carne nâo se conteve com a medida da generosidade e também pagou ao Hector para que mantivesse ligado o gerador mais tempo do que o previsto. Festa é festa!


_Fim de festa, quando as crianças já dormem nos bancos.

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Passei uma boa noite no colchâo da casa do meu anfitriâo. Por detrás da casa havia um lago e as râs cantavam com vontade. Sempre que "Esperanza", de porte médio, se mexia no pequeno alpendre junto à porta, a casa tremia. A estabilidade nâo era um ponto forte desta peça arquitectónica.



_Quarto e casa de Hector.

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De manhâ, parti em direcçâo ao glaciar. O tempo total do percurso ronda as 3h30m. De início desenvolve-se através de um bosque cerrado que se encontra também com as margens do rio. Depois, é necessário vadeá-lo.




_Sendero de acesso ao "Ventisquero Yelcho"

Assim que, já nâo andava muito seco quando começou a chover. Estive em dúvida se continuava.
Molhado por molhado, segui. Vale a pena.
Cruzo várias vezes o rio e outro afluente que provem de uma cascata.



É possível aproximarmo-nos muito do glaciar. Apenas o receio de um desprendimento leva a que a precauçâo prevaleça.


_Ventisquero Yelcho

O regresso foi de verdadeiro dilúvio. A zona de bosque era todo um chuveiro. Fazia lembrar os documentários de Attenborough com selva e chuva tropical. Só pensava na salamandra do café, desejando que estivesse acesa.
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Quando cheguei finalmente ao abrigo do interior tinha mais colegas com quem partilhar o miserável estado. Várias cadeiras com roupa foram sendo dispostas em redor do fogo.
Este nâo era um dia para partir. Practicamente toda a minha roupa estava encharcada e lá fora o tempo estava para se manter "así de feo". Passei todo o dia no café com Hector, Victor e Sebastian (dois estudantes de engenharia civil, de Santiago e Puerto Montt).


_Café do camping "Ventisquero Yelcho".

A certa altura fizemos uma "comissâo de lenha". Fomos buscar uns paus de coihue que o Hector tinha cortado o ano passado. Estavam longe, mais uma molha.
Jogámos às cartas (a um jogo chamado "carioca" que só começei a perceber depois de várias voltas) e tomámos pisco com limâo (oferecido por um casal que tinha saído nesse dia).


_Roupa a secar junto ao fogo.

Ao jantar comemos um puré feito com as batatas que sobraram, encimado por ovos estrelados e rodelas de tomate (a 800 pesos o quilo, como salientou o Hector).
Voltei a descansar no mesmo colchâo. A "Esperanza" já me ladra menos.
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Pela manhâ, o sol nâo conseguia romper o manto de nuvens mas, pelo menos, nâo chovia.
A cerca de 7 Km começa a "Cuesta Moraga", temida por ciclistas. Revelou-se maior o mito que a evidência. Nâo é tâo extensa nem difícil como a comentam.
Depois da grande descida que a sucede está Villa Santa Lucia.
Está em festa. Comemora-se o aniversário da fundaçâo que foi há... 24 anos. Quantas vezes terei a oportunidade de estar numa terra que comemore tâo poucos anos?


_Café em Vila Santa Lucia.

Parte daqui a estrada a Futaleufu, que se encontra a 70 Km para Este, junto à fronteira com a Argentina.
Depois de um café com leite (ou, nescafé com leite em pó) sigo de novo para sul, com destino a Villa Vanguardia.


_Villa Vanguardia

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Villa Vanguardia é um pequeno lugar. Sinto-me com vontade de pedalar mais e capaz de cumprir o objectivo até La Junta. Assim poderei compensar o tempo que fiquei retido no camping por causa da chuva.
Cruzo o rio Palena e também o limite entre a X e XI regiôes.
Chego já ao final do dia a La Junta. Pedalei 90 Km.
Como no restaurante Maricel (sopa de carne com verduras e esparguete com ovo estrelado).
Andei a averiguar o melhor espaço para estender o saco-cama e decido-me pelo alpendre de uma loja de artesanato e informçâo turística. Apenas terei que me levantar muito cedo, antes que abra.
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Durmo bem e levanto-me a contragosto. Era muito cedo e o frio correspondia à hora. Só depois de tudo "empaquetado" percebi que a loja nâo deveria abrir. Demasiado pó no interior e um pássaro sem vida faziam crer que aquela porta já nâo se abre há algum tempo. Num pasto próximo estavam três lamas.
Tomei café na bomba de gasolina, quando finalmente abriu. Antes estive a retemperar forças e a armazenar calor num fino raio de sol que ia vencendo lentamente a altura do cerro.
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Depois de La Junta estive muito tempo junto a um rio. Dormi de tarde o que me faltou de manhâ.
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Este dia de pedais termina em Puyuhuapi, a 48 Km de La Junta.
Também há festa. Assisto a duas "regatas". Säo corridas de botes de pesca,a remos. Primeiro "prueba de damas" e depois de "caballeros". Muito engraçado. Ao chegar à margem, ganha a primeira equipa que resgatar uma bandeira espetada no solo.


_Esperando o início da "regata" em Puyuhuapi.

Jantei numa "hospedage". Como nâo esperavam ninguém, partilharam o seu próprio jantar que era uma sopa de carne de porco com arroz. Pâo com manteiga e "tortas fritas" acompanharam o chá. Com esta sobremesa fiquei mais que satisfeito.
Ainda assisti a um baile no ginásio e dormi num posto de turismo abandonado.
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Tomo mais um dos meus típicos pequenos-almoços austrais. No norte comia sandes de queijo com café com leite. Aqui, no sul, tomo quase sempre dois iogurtes, sandes de queijo ou fiambre e chocolate de amêndoas. Troquei as mesas de café pelos mini-mercados e bancos de exterior.
Abasteço-me para dois dias. As distâncias entre lugares de aprovisionamento tornam-se maiores. Tenho um grande saco de pâo, várias rodelas de salame, um reforço extra de chocolate e um quilo de pêras.
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A estrada segue bordeando o canal de mar.
Páro nas termas del Ventisquero a tomar café. Converso bastante com o proprietário. É muito simpático. Tem um estúdio de Design Gráfico em Santiago. Passa os dois primeiros meses do ano aqui, a controlar o investimento.
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Este foi um dia em que avançei muito pouco.
De Puyuapi ao Parque Nacional Queulat sâo cerca de 26 Km. Queria parar neste lugar para fazer um sendero que se aproxima de outro glaciar.
Existe um camping, controlado por Conaf (a entidade que gere os parques naturais). À entrada está Ivan, o guardaparque. Cobra-me 5000 pesos (pouco mais de 8 euros) pelo lugar de camping. Confirma-me que há um "techo" que me abrigue e diz que "más luego, si Dios quiere, nos vemos".
Antes de ver que tal era o lugar número 10 que me havia atribuído deixo a bicicleta presa no letreiro com o mapa e vou fazer o percurso. Sâo cerca de 3250m através de densa floresta e ao longo de um cerro até ao mirador que propicia uma excelente vista para o "ventisquero colgante".


_O "sendero" começa numa "puente colgante" sobre o rio.

Estes "senderos" que tenho feito agradam-me bastante pois sâo arranjados apenas o suficiente para permitir penetrar na densidade da vegetaçâo. Mantem-se assim um caminho bastante natural.
No mirador, o ruído da cascata é impressionante e as fracturas do glaciar assemelham-se a trovôes.


_"Ventisquero Colgante" e "Laguna Médanos".


_O Pena já lá tinha estado.

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Vou para a minha casa, o "techo 10".
O châo, debaixo da área coberta está coberto de pedras soltas. Parece que dormirei em cima da mesa. O comprimento é um pouco justo. Deito-me ainda mal anoitecia. Já tinha comido a minha décima sandes de salame e tomado um duche quente (finalmente, ao fim de 6 dias).
Estava assim, ainda por adormecer, a interiorizar o espaço em que me deitara para que o sono também o retivesse e nâo me fizesse cair, quando chega o guardaparque.
"Vamos te invito a mi casa, a dormir y a comer algo. Trae tus cosas." Apalpou os dois milímetros de expessura do meu colchâo e disse que "ni a palos dormiría así".
"Bueno", deixei a bicicleta presa na grelha do fogareiro (o Ivan garantiu-me que ali "no pasava nada") e fui para sua casa.
Tinha lavado alguma roupa e pude secá-la no varâo do fogâo de lenha.
Comemos "pato silvestre" temperado abundantemente com alho e reforçado com "aji chileno" picante. Tomei três canecas de chá de um pacote com saquetas sortidas. Sei que o último era de camomila e deu-me uma tal pedrada que mal podia abrir os olhos.
O Ivan deve ser um romântico, pelo menos a julgar pelos gostos musicais. Escutámos um cd completo de harpa que "varreu" clássicos de Aznavour a Demis Rossos e a "sessâo" terminou com Kenny G.
O fogâo aquece toda a casa. No interior tem um circuito de água que liga à canalizaçâo de água quente.
Os quartos eram no andar de cima e a mim calhou-me um com vista para o glaciar, iluminado pela lua cheia.
Foi uma noite bastante repousante. Bem melhor, seguramente, do que na mesa em que me deitara. Gracias Ivan.
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Chegámos ao dia de "ontem", Sábado, 25 de Fevereiro.
Pensei em desviar-me a Puerto Cisnes. Trata-se de um desvio, para Oeste de 32 Km. Li que seria uma terra bonita, junto ao mar e, tendo tempo, valeria a visita.
20 Km depois do Parque Nacional Queulat está a "Cuesta Queulat". Sâo 7 Km de pura subida. Apesar de acompanhada de chuva, nâo foi tâo difícil como cheguei a pensar.
Imediatamente antes de começar a subir está o sendero Padre Garcia. Muito curto, conduz a uma queda de água.
De sul para norte, cumprimento um jipe pejado de bandeiras em autocolante e que dizia "Travessia México-Tierra del Fuego". Deveria estar já de regresso. Também no mesmo sentido encontro um camiäo alemäo carregado de turistas.
O tempo de descida, após vários quilómetros em que aqueci a pequena roda pedaleira, é infindável. Vinha molhado e o frio saiu reforçado.


_Parte de descida da Cuesta Queulat.

Passei pelo acesso a um sendero. Chamava-se "El bosque encantado". Muito sugestivo, mas era de 1700m, chovia e andava a ver o que fazia com o frio.
Quando cheguei ao cruzamento para Puerto Cisnes já nâo chovia.
A poucos quilómetros de me ter decidido pelo Oeste e pelo mar, num momento de pausa e de pâo com salame, volta a cair água como corresponde nestas paragens. Desde aí até Puerto Cisnes foi o dilúvio com ciclista incluído e o meu guarda-roupa, que está à altura de Varadero em época alta, mostrou que prefere melhores dias.
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Estava decidido que esta noite teria que levar a marca de "hospedaje". Andei às voltas, e à chuva, a ver qual me parecia mais adequada ao deplorável estado do futuro inquilino.
Bati a boa porta. A senhora era muito simpática. Antes de entrar, varreu a lama dos meus alforges.
Por casualidade, estavam também aí alojados dois ciclistas, o Andres e o David, que já tinha conhecido no ventisquero Yelcho. Sâo estudantes de medicina dentária e, outra coincidência, colegas de turma de Juan Pablo, que conheci no barco para Caleta Gonzalo há muitos dias atrás.


_Andres e David, colegas de aventura.

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Como soube bem um banho quente! A casa é toda em madeira, muito acolhedora. Pago 3500 pesos (bem menos do que no camping onde quase dormia sobre uma mesa).
A senhora cozinha num fogâo a lenha. Sequei o casaco na caldeira de água quente e as botas na chaminé do fogâo.
Jantei na própria casa, "Vitelo a lo pobre" (é um bitoque, com ovo no dorso). Como companhia de refeiçâo tive um casal recém-casado. Ele é técnico radiologista e ela enfermeira.
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Partilhei o quarto com os meus colegas de experiência velocipédica.
Amanheceu com chuva. Eles "andam cortos de tiempo" e saíram mesmo assim. Querem tentar boleia e por isso tiveram que se fazer à estrada.
Eu fico um dia por aqui. Queria dispensar este tempo ao blog e espero que amanhâ o dia esteja um pouco mais risonho. "Así o así", terei que fazer os 32 km de volta até ao cruzamento e outros tantos para chegar a Villa Amengual.

P.S. Muito obrigado a todas as visitas. Embora o acesso à internet seja agora muito mais restrito e "espaçado", várias vezes vou pensando se terei mais mensagens. É muito bom sentir-me assim acompanhado.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá João.
Vejo que continuas a pedalar com força. Dá-lhe "fogacho".
Ontem, dia 26, o Tomás fez anos e fui com ele à Serra da Estrela.
O rapaz é destemido. Devias tê-lo visto a andar de trenó, sozinho, montanha abaixo. Quanto maior a velocidade mais ele curtia. Quando caía quase desaparecia no meio da neve.
Bom, continua a pedalar que eu estou a trabalhar. Não tenho a tua vida.
Um grande abraço de todos nós.
Boa sorte.
Palma

6:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

ESPERO QUE TE LLEGUE EL CORREO Y VEAS LOS COMENTARIOS NUESTROS
CARIÑOS

LUCY CLAUDIO Y MAURO

7:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

OLÁ, meu querido! É 4ª feira. Depois de uns dias à espera de notícias, eis que elas aparecem quando eu estou em PS. De novo em Lisboa, eis-me a saudar-te e a desejar um fim de pedalada com toda a tranquilidade. Ainda bem que os teus amigos chilenos já te contactaram Eu julgo ter visto, algures num dos comentários a um texto anterior, uma mensagem deles.
Talvez hoje já estejas em Coihaique.Dá notícias se puderes. Telefona, se conseguires o esquema pago no destino.
Muitos beijinhos e saudades nossas.
Tia

8:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Johnny!!!!!!
Como é que no illustrator se vê se..... Estou a brincar!!!
Essas imagens são delirantes. Quanto mais vejo mais me apercebo que o sul do Chile tem mais a ver contigo do que o norte. Há menos gente, o percurso é mais dificil, o clima complica-se, mas as pessoas são mais abertas. Aproveita a viagem, não tenhas pressa.
Por aqui continua tudo de olho em ti. Quanto mais tempo passa e o caminho se faz longo mais vontade de partir há por estas bandas.

Grande abraço da capital da Beira Baixa
João Leopoldo

3:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Força e muitos beijinhos.
aguentar keny g não deve ter sido fácil...

feli

7:23 da manhã  

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